A estação que inspira é o verão...
Nas primeiras horas de uma manhã de sol, ela desperta depois do que havia programado. O corpo ainda se sente envolvido pelo ócio da noite anterior.
"Verdes olhos sobre o mar, a brisa a me levar nas asas do tempo!
Doce é este lugar, onde o chão guarda suas memórias
E a fé multiplica-se nas águas!
No firmamento a benção de teu "amparo"
Nos livros, páginas passadas que falam de sua história..."
O vento soprou mais forte e fez com que os cabelos se tornassem empecilho para os olhos. O som do piano cessou, o pensamento foi longe, e ela reacendeu a inspiração dos versos:
Quando sua beleza fascinou o inglês pela manhã, tudo era verde e eu não estava lá!
Do seio de fertilidade da mata, do zum-zum-zum dos seres que lhe encantaram
Da visão noturna do que há pouco era dia, herdei as noites "negras"
Tornei-me dona das estrelas que emolduravam o céu que foi dele..."
Lançar-me no passado
Correr em tuas plantações verdes, provar de tua laranja mais doce
Faze-la outra vez cidade que já foi terra de muitos
Que Darwin passou, que o trem prosperou
Hoje meu verso é em tua homenagem, é canção para um samba que em mim é sempre carnaval..."
O sol, as ondas, o banho de mar e o surfista solitário que corta as ondas como quem borda no Espraiado
No Barquinho corro o mundo, volto e olho: não consigo me acostumar
Não ando só na imensidão
Daqui ou de qualquer lugar, só fui feliz em Maricá."
Texto: Leandro Vieira e Roberto Vilaronga
Carnavalesco: Fábio Ricardo